No jornalismo existem diversas variantes de atuação disfarçadas de
doce que podem gerar um caminho amargo para o descrédito da notícia e da
instituição que à publica. Uma delas é a chamada variante do "Furo de
Reportagem".
Furo de
Reportagem é o jargão para a informação
publicada em um veículo antes de todos os demais. O Furo é
dado quando uma equipe de repórteres e editores consegue apurar uma notícia, um
fato ou um dado qualquer e publica esta informação sem que os veículos
concorrentes tenham acesso a ela.
Na maioria das
vezes, jornalistas (principalmente os inexperientes) se jogam de cabeça nessa
variante envolvidos pela pungência (angustia, aflição) de proporcionar um
trabalho diferenciado objetivando "troféus" que podem estimular o
crescimento profissional, e acabam não percebendo que podem estarem sendo usados pelos
políticos com um conhecido "Gancho de político", prática muito usada
na esfera política em Brasilia.
O que seria
então esse "Gancho de Político". Tomando por base que no jornalismo
existe uma variante da notícia que caracterizamos com "Gancho
Jornalístico" (Trata-se de um modo de
contextualizar a matéria. O gancho pode ligar o assunto da pauta à realidade do
leitor. Por exemplo, a Rede Globo costuma aproveitar os assuntos tratados em
uma novela como um gancho para a produção de matérias nos telejornais. Ou um
jornalista aproveita uma situação pontual em um bairro como gancho para tratar
o assunto de uma maneira mais ampla), o "Gancho de Político" é quando
os políticos introduzem em mãos de jornalistas fatos de relevância que podem
atingir outros políticos, oportunizando assim, o uso da imprensa para mandarem
recados entre si, ou ainda, efetivar atos de agressão e rivalidade
política.
Essa
é uma estratégia comum usada por políticos para mandar recados para outros
através da imprensa sobre denúncias. Esses recados
geralmente visam dar uma amostra dos danos que esses políticos podem
causar a pessoas que eles julgam ter se omitido, atuado ou ainda
estar na iminência de se omitir ou atuar em seu desfavor.
Eles
se valem, assim, do potencial interesse público das informações fornecidas, as
quais a imprensa, mesmo quando ciente de estar sendo usada para
determinado fim, muitas vezes não pode desperdiçar, conquanto deva sempre
buscar checá-las com outras fontes e eventualmente documentos.
Os
aliados concordam em passar as informações aos jornalistas desde que seus nomes
não sejam citados nas matérias; e os jornalistas interessados tanto nas
informações quanto em conservar a confiança de suas fontes para futuros
furos de reportagem acabam aceitando o que não as compromete
em público.
Em Votorantim, aconteceu nessa semana algo parecido. Não obstante a veracidade dos fatos, ou sua legalidade, foi passado para um determinado setor da imprensa informações em folha de caderno escrito a mão antes de serem publicadas oficialmente no Site da instituição, informações que atacam e comprometem outrem.
Independente da relação de veracidade e da irregularidade apresentada, nota-se um certo comprometimento por parte de quem efetuou a entrega da denúncia em folha de papel, fotos, áudios gravados e fontes de testemunhas só a um determinado segmento da imprensa local (exatamente a que mais poderia repercutir em termos de audiência). Sobretudo porque, o certo seria a publicação dos fatos no Site e em seguida, a convocação ou não, da imprensa para uma coletiva a respeito dos fatos pelo denunciante e o órgão investigativo, o que não aconteceu.
Infelizmente, tudo isso coloca em dúbia a veracidade dos fatos e suas conclusões para com o público (leitor). Sobretudo porque, são informações concernentes e exclusivas da Câmara de Vereadores e sua Comissão investigativa, o que difere do comportamento da exclusividade, ou da postura amadora de como foi passada. Ou seja, o tiro pode ter saído pela culatra, e ao invés de atingir outrem, pode elevar a mesma a uma situação de absorvição por parte da opinião pública.
Vejam como parte da denúncia foi passado para a instituição escolhida para que fosse divulgada. |
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